Avançar para o conteúdo principal

crossroads.

I've got nothing on my mind.
nothing to remember,
nothing to forget,
and I've got nothing to regret
but I'm all tied up on the inside,
and no one knows quite what I've got.
and I know that on the outside,
what I used to be, I'm not, Anymore.

you know I've heard about people like me,
but I never made the connection.
they walk one road to set them free,
and find they've gone the wrong direction.
but there's no need for turning back, '
cause all roads lead to where I stand.
and I believe I'll walk them all,
no matter what I may have planned.

can you remember who I was? Can you still feel it?
can you find my pain? Can you heal it?
and lay your hands upon me now,
and cast this darkness from my soul.
you alone can light my ways,
you alone can make me whole, Once again.

[Crossroads - Don Mclean]


lembras-te do momento em que te falei desta música? mostrei-te o texto e trauteei algumas partes, aquelas frases que se acomodavam como uma luva a diferentes momentos meus... disseste-me que tinhas ficado arrepiado com a forma como a minha voz sussurava as palavras tão minhas de outrem.. ouvimo-la vezes sem fim, de olhos fechados, absortos, ausentes, saudosos, a imaginar nas sombras das memórias futuras um qualquer caminho que se nos cruzasse, uma predeterminada encruzilhada que justapusesse os nossos percursos...
lembras-te de me dizer que havia caminhos planeados ainda antes de nascermos? que a vida, por vezes, nos oferecia, generosamente, coisas cuja existência desconhecíamos?
lembras-te de me pegares na mão, a espalmares contra o teu peito e me fazeres sentir como o pulsar do teu coração acompanhava o compasso da música?
lembras-te da carícia suave, dos teus dedos a afastarem uma madeixa dos meus olhos semicerrados que contemplavam sem ver as milhas já pisadas, o planeado percurso percorrido, as curvas e esquinas, as dobras do caminho nas quais os pés se engasgaram e soluçaram de cansaço?
reparaste quando pedi, cantando baixinho, tão para o meu íntimo que nem eu própria me consegui ouvir, para as tuas mãos me tocarem e me devolverem o brilho de outras eras, de outros usos, desta minha alma?
acenaste, surdamente, que sim e eu abandonei-me à esquecida sensação da unidade de ser eu.
please, play it again Don.

Comentários

rspiff disse…
A vida tem encruzilhadas estranhas, será que temos mesmo de escolher?

"Lembras-te de me dizer que havia caminhos planeados ainda antes de nascermos?"
Penso muito nisto...eu não acredito no destino, mas ajo como se ele existisse...

Mensagens populares deste blogue

as palavras. (VII)

sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].

feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]