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once upon a December.

far away, long ago
glowing dim as an ember,
things my heart used to know,
things it yearns to remember...
and a song someone sings
once upon a December

os campos estendem-se níveos, alongam-se frios até às fronteiras dos olhares. sabes como os meus pés se afundam neste manto branco? às vezes pareço flutuar em nuvens ... frios, húmidos, pedaços de longos cumulonimbus, fofos e brancos, fugidos ao céu. falta luz, mas tudo me encandeia, deixa-me por momentos fechar os olhos a toda esta imensidão. as palavras voam sem rumo em mim como os bandos de pássaros que enchem esta imóvel gradação de cinzentos de breve e flexível movimento. organizam-se em discursos desconexos, surpreendem em analogias descontextualizadas. gritam e degladiam-se, ecoam ensurdecedoramente. abro de novo os olhos para o vazio, respiro fundo e recomeço a caminhada, sem saber que a maior imensidão, mais despida de vida, vai dentro de mim.


"mas ainda não estamos em Dezembro" dizes tu. "o inverno só tem um mês, seja ele qual for" respondo-te.

Comentários

...entrei de mãos vazias e agora parto de mãos cheias... foi muito bom (re)encontrar-te aqui!

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feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
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