Avançar para o conteúdo principal

7.30

abro a porta do prédio e mergulho na manhã. o ar frio faz-me cócegas no nariz. subo o fecho do casaco até ao queixo e estico as mangas até me taparem as pontas dos dedos. dou uns dez passos. entro no carro. respiro fundo e ligo o rádio. dez minutos depois o sol ergue-se para lá do Caramulo, atravessa a neblina e rebrilha no fio de água que vai no Vouga. o rádio vai debitando:

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemies' eyes
Listened as the crowd would sing
Now the old king is dead, long live the king
One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand


e eu penso na (suprema) ironia da vida. e sorrio. gosh, it feels great to be alive.


Comentários

Rapunzel disse…
ai essa musica.... ;)
bf disse…
;)
Gosh, it surely does!

Mensagens populares deste blogue

as palavras. (VII)

sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].

feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]