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nocturne (a duas mãos).

A minha primeira e única tentativa de escrita colaborativa até hoje :)

sob o espectro invisível do falso silêncio da noite, procuro, antes de mim, a vida e momentos de doce enleio. procuro estradas em que possas existir para lá do âmago da carne e em que eu te sinta como minha solene fuga à escuridão do ser e ter de ser. pensei que a luz era sombra viva no teu corpo que demora, que me afoga, e o teu afago carícia, doce e decidida, que pressinto ou imagino, anseio como nenhuma verdade em fúria sobre mim. e recuso com amor, com temor de ser infinitamente imperfeito. sendo feito para ser incompleto. não durar mais do que o tempo em que me esqueço e me invento e me finjo uno e pleno junto a ti.

(15 de Março de 2005, com Daniel Camacho)

Comentários

Anónimo disse…
tenho a boca a fechar palavras. antes que veham tarde descobrir caminhos.

um abraço. às duas mãos.

João
osdiasdasnoites.

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feliz.na.vida[d].

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E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]