- ela: mas qualquer dia dá-me na telha e faço isso
- a amiga: não tens grande coisa a perder
- ela: não tenho
só tenho de engolir o orgulho
e de momento...
devo estar com amigdalite
não consigo
sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].
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