Avançar para o conteúdo principal

(problema de) expressão.

[sabias que]. naquele tempo a tua voz tinha um tom difuso. as palavras eram algo trocistas. como se não fossem suficientemente claras. para o que querias dizer de ti. nos silêncios sempre te ouvi melhor. nos silêncios a língua que não falávamos era nossa. [sabes que]. hoje a tua voz arrisca novos sons. numa língua (tão tua) e noutra (só minha). entre as tuas palavras que entretanto aprendi. e as minhas que agora, cada vez mais, recordas. deixemos as línguas falar no silêncio por nós.

Comentários

Anónimo disse…
Sabias que... gosto mesmo muito da tua forma de escrever? :)
A sério, dou por mim a rever-me em tanta coisa....

Beijinho
Brida disse…
sê bem-vinda, Marla :)
é recíproco, acredita.

beijinho
Rapunzel disse…
tãooooooooooooooooooooooooooooo fofooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

(o terroristazeco pegou-me o vício!)
Brida disse…
rapunzas.... não abuses...olha que não há pastilhas pra isso...:P
Anónimo disse…
a mim nunca me souberam ler os meus silencios. parece que sempre foram uma linguagem só minha. e com ele, os meus gestos em jeito de desmistificadores acabaram por tomar o papel inverso. e é pena. sou pessoa meio fechada e de poucas palavras. sabia bem quem me soubesse interpretar, em vez de me tentar mudar. mas foram outros tempos... longinquos já. (coment em jeito de desabafo.*)
Brida disse…
g., desabafa/comenta à vontade :)
costumo dizer a um amigo que se queixa de que as palavras para falar sobre algo muito específico andam arredias, que quando ele estiver pronto, elas surgirão. se calhar os teus silêncios ainda não estavam prontos para ser interpretados. aí não há que tentar mudar(-te). não se consegue "ler" algo à força de o transformar noutra coisa. por outro lado a vida encarrega-se de nos ir limando. a pessoa que era há alguns anos (revejo-me no teu "meio fechada e de poucas palavras") não é a mesma que (me) vejo hoje. as palavras podem ser as mesmas, mas a forma de as transmitir (ou o facto de finalmente as transmitir!) vai sendo diferente. os silêncios também.(agora o desabafo foi meu :))*
Anónimo disse…
:) suspiros e desabafos. obrigado pelos teus. deixam sempre leveza e tranquilidade. * (e refiro-me aos posts tambem).

Mensagens populares deste blogue

as palavras. (VII)

sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].

feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]