dizes que tens de começar a ter cuidado quando me perguntas detalhes sobre determinada situação do dia anterior e eu te respondo com uma fiel descrição da apresentação de x e das palavras comprometedoras de y mas surpreendes-me ao dizeres com toda a convicção que gosto de castanho, de cachecóis e que o meu verniz na quarta-feira tinha uma falha na unha do indicador da mão direita. e eu que sempre pensei que os homens não reparassem tanto nisso, mas à cautela mantive o dedo bem escondido na manga do casaco, just in case. estando habituada a ser a parte observadora de qualquer diálogo sinto-me por momentos debaixo de um microscópio. tenho de ter cuidado, sou eu que penso desta vez. acabas a conversa a fazer-me confidências as quais esperas que se mantenham secretas e dizes que só as fazes porque confias em mim. coro e agradeço-te a confiança. mas só consigo pensar que tenho de ter as unhas bem pintadas da próxima vez que estiver contigo.
sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].
Comentários
E é minha amiga!!!!
P.S.: Qto ao post, é preciso assobiar ou não?
oh rapunzela, se eu disser que não tu assobias na mesma :P então assobia lá que sempre fazes coro com os "ui, ui" da M :P
ui ui!!!! :P :P :P