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espera(nça)

"não esperes" começava o bilhete "que sinta sempre um aperto no peito, o medo de te perder. não esperes grandes cenas de ciúmes, gestos aflitivos, noites sem dormir. dou-te o que é meu, as minhas mãos, palavras e sentidos. mas também a calma de quem (agora) sabe os seus limites. não esperes que para chegar até ti tenha de ir tão além de mim que já seja outrem. não esperes que eu seja mais fraca do que sou ou mais forte do que alguma vez irei conseguir ser. não esperes (mais) nada. e eu dou-me (a ti) em tudo." ele pousou-o e sorriu. e disse muito baixinho "também gosto muito de ti"


Comentários

Guinevere disse…
...E provavelmente assim se chega mais longe, se chega além (mesmo de nós próprios)...
acoldzero disse…
SOBRE ROSAS (ROUBADAS)

imitando eugénio cheguei ao pé de ti de mãos vazias
e ao verso onde só por descoragem não lês o teu nome

Miguel-Manso




*não sei se já te tinha mandado isto, mas estive a reler e lembrei-me de ti. Beijos
Brida disse…
@guinevere
espera-se que sim, espera-se mesmo que sim :)
beijo

@g
não tinhas. ainda bem que mandaste. do meu eugénio para o "nosso" miguel-manso :)
beijo

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as palavras. (VII)

sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].

feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]