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metade.

é subir a rua, girar o puxador do portão, empurrá-lo com a mão na parte de cima. dá tanto jeito ser alta. sabes que quando o pintas ele emperra, e ajuda se o empurrar. e eu sou alta, noto-o quando chego ao pé de ti. dantes tinha de me pôr em bicos de pés, agora curvo-me. curvo-me para te abraçar. e as minhas costas ficam assim curvas como a metade de um coração, sabes? e hoje continuo a curvar-me para te abraçar. e quero empurrar o portão e entrar. e eu que sou alta, volto a pôr-me em bicos de pés. e sei que o portão já não emperra, e não tento girar o puxador. mas as minhas costas continuam a ficar assim curvas como a metade de um coração.


[I know you're there]

Comentários

ja me tinha perguntado o que te tinha acontecido. simplesmente desapareceste. obrigado por este regresso.beijinho com saudades (se me for permitido).
Anónimo disse…
Espero que tenhas voltado de vez.....
senti falta.
L.

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sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].

feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]