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pre.liminares. (II)

começa com um olhar. curiosamente tímido. tão curiosamente tão tímido para alguém como nós. tão adulto em tantas línguas. continuam as palavras a fazer conversa entre si. as tuas. as minhas. as nossas [aquelas às quais já demos algum sentido especial, seja em que dialecto for]. pegas-me nas mãos e olhas atentamente os meus dedos [o pretexto já o tinha adivinhado - como é que eu sabia que irias reparar nisso - mas é curioso sentir os meus dedos suspensos dos teus]. puxas-me o brinco verde ao de leve entre duas inspirações. e entre silêncios e sons, brincas com a ponta do meu cachecol listado e dizes que é o meu favorito. eu aceno e penso que [observador] se calhar até tens razão. e brinco com a colher do café para não reparares no ligeiro tremor dos dedos.

( I )

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as palavras. (VII)

sozinha no [meu] sossego do quarto sinto as palavras a redemoinhar à minha volta. vou-as apanhando uma a uma, aconchegando-as em ramalhetes simples, o mais simples possível. chamam-me da sala, onde as palavras dos outros me fazem, por momentos, esquecer a ordem das minhas. pego na caneta e só consigo escrever [vazio]. ponho as minhas coisas debaixo do braço e a meio do corredor já as sinto [às palavras], em pézinhos de lã, a voltarem comigo [para mim].

feliz.na.vida[d].

e ... eis que este blog também adere à animação versão natalícia lançada pela thunderlady . e só apareço aqui assim, porque a rapunzel diz que é a minha spitting image : um cachecol ou lenço, a máquina sempre por perto. e os livros (conheço pelo menos uma pessoa que acharia que o mundo estava a acabar se eu não tivesse um livro) perguntam vocês? lembram-se de falar não há muito tempo de embrulhos de cantos muito regulares que deixavam adivinhar o que continham? ah pois. hoje já recebi o primeiro. e inesperado. [thanks ;)]. se a imagem pudesse falar desejar-vos-ia felicidade. hoje, amanhã, no natal, no próximo ano. como não pode, desejo-vos eu por escrito :)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos    E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites      não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos David Mourão-Ferreira [september is the saddest month]